De acordo com uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review, pacientes com doenças crônicas representam 50% dos custos no setor de saúde. Episódios agudos vêm em seguida com 35% dos gastos e o investimento com medicina preventiva gira apenas em torno de 5 a 14%. Com a promoção de saúde e a medicina preventiva, é possível evitar casos de emergência espontânea, podendo salvar muitas vidas e evitando esses episódios agudos, que são o segundo maior custo das operadoras de planos de saúde no Brasil.
A medicina preventiva ainda recebe a menor fatia dos investimentos em saúde, mas vêm acompanhando uma transformação no modo de cuidar. Como se dedica à prevenção das doenças em vez de seu tratamento, ajuda a reduzir os custos em saúde e ainda mais importante: leva bem-estar ao promover um estilo de vida mais saudável. A medicina preventiva pode, inclusive, ser uma aliada da saúde nas empresas, evitando as licenças e contribuindo para que os colaboradores se mantenham mais saudáveis, mais felizes e consequentemente mais produtivos.
A ideia é que o atual modelo curativo, focado na doença, seja substituído por um novo paradigma voltado à manutenção do estado de saúde, o que além de trazer mais sustentabilidade para os sistemas e planos de saúde, ajuda a reduzir gastos pessoais com medicamentos e tratamentos, a melhorar o convívio com a família e aumentar a disposição e produtividade no trabalho.
Segundo a Dra. Mariana de Oliveira Zacharias, especialista em Medicina de Família e Comunidade na AsQ, a medicina preventiva traz diversos benefícios: “Ao adotar hábitos mais saudáveis e fazer exames preventivos, além de evitar o desenvolvimento de diversas doenças, possibilita detectar enfermidades em seu estágio inicial, encurtando o tempo dos tratamentos e tornando-os menos dispendiosos”, afirma.
Como exemplos de ações que fazem parte de uma abordagem preventiva, Mariana destaca práticas simples e cotidianas, como a promoção de alimentação saudável, estímulo a exercícios físicos e até cuidados com a saúde mental, como redução de estresse, privação de sono e cansaço excessivo. “Algumas medidas preventivas precisam envolver a sociedade como um todo e, por vezes, suas estruturas políticas, econômicas e valores culturais, como reduzir o multiprocessamento dos alimentos, reduzir o sedentarismo da vida urbana, reduzir os riscos e a contaminação ambiental diminuir a privação e a iniquidade socioeconômica”, completa.
Para tanto, as organizações e empresas podem ter um papel importante ao priorizarem ações de saúde ocupacional que levem em conta as particularidades de cada colaborador e proponha ações preventivas de acordo com os riscos. Quando falamos em medicina do trabalho, comumente pensamos em dois momentos: a contratação e a rescisão do contrato. Porém, no intervalo de tempo entre esses dois momentos, nem sempre o colaborador conta com um cuidado continuado, o que impacta negativamente na qualidade de vida.
Em uma empresa, é possível que parte dos colaboradores use o plano de saúde em razão de lesões ortopédicas, por problemas cardiovasculares ou ainda por saúde mental. Se o gestor não tiver acesso a esses dados, pode perder a oportunidade de criar programas específicos para cada grupo. Atualmente, já existem soluções para mapear as necessidades de cada grupo e tornar as ações muito mais objetivas e eficazes, resultados em saúde e bem-estar para os colaboradores e em rentabilidade para a organização.
Com uma medicina preventiva bem aplicada, além de ficarem menos suscetíveis a desenvolverem problemas de saúde, os colaboradores se sentirão assistidos e acolhidos. Uma empresa que investe em medicina preventiva para seus colaboradores é uma empresa que investe em desempenho e ajuda a impulsionar uma mudança cultural importante, com um novo olhar para a saúde.